VIOLÊNCIAS E EVASÃO ESCOLAR EM TURMAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA – MG

Abstract

A presente pesquisa, desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Educação: Formação Docente para a Educação Básica (PPGEB), da Universidade de Uberaba (Uniube), Linha de Pesquisa: “Educação Básica: fundamentos e planejamento” objetivou identificar, classificar e analisar os principais fatores que levam à evasão escolar nas turmas de Educação de Jovens e Adultos da Escola Municipal Marissol1 na cidade de Uberlândia – MG e propor intervenção que motive a permanência dos estudantes naquela instituição, tendo como hipótese que a violência na escola e seu entorno tem contribuído para tal fenômeno. As ideias de Carmen Brunel e de Miguel Gonzalez Arroyo, sobre evasão escolar, e de Marília Pontes Sposito, Miriam Abramovay, Bernard Charlot e Áurea Maria Guimarães sobre a violência na escola e a violência escolar, entre outros autores, vieram respaldar este estudo. Trata-se de uma pesquisa de cunho social, tendo como método o estudo de caso, pautando-se no enfoque misto, qualiquantitativo, de caráter exploratório e descritivo, que partiu de uma análise geral dos índices de abandono e de evasão escolar apresentados no período de 2010 a 2017, e adotou o recorte temporal de 2014 a 2017 para a investigação qualitativa, haja vista ser esse o período de maiores taxas de desistência por parte dos estudantes. Na busca por respostas consistentes, procurou-se analisar as representações de estudantes matriculados e desistentes; professores; representante da equipe gestora, representante da Associação de Moradores e Polícia Militar. A investigação realizou-se em três momentos: pesquisa quantitativa; bibliográfica e documental; e pesquisa de campo, com a aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas junto aos segmentos sondados. A análise dos dados foi realizada a partir das análises descritiva e de conteúdo. Ao término da pesquisa, constatou-se que, realmente, a violência na escola e em seu entorno teve acentuada relevância no aumento da evasão, como também a violência simbólica exercida pela própria escola, seguida dos fatores externos, como a dificuldade em conciliar trabalho e estudos; fatores internos relacionados à instituição, tais como conteúdos e formas de ensino desinteressantes e, em último lugar, fatores familiares. Como contribuição à superação de tal situação, organizamos e disponibilizamos um plano de ação denominado “Violência: é possível viver sem ela?” com vistas à contenção das violências e, consequentemente, à redução dos índices de evasão naquela escola, mediante o resgate do pertencimento do bem e ao bem público e da Educação como forma de acesso à cidadania.