ODONTOLOGIA MINIMAMENTE INVASIVA: REMOÇÃO SELETIVA DE TECIDO CARIADO

Abstract

Os avanços tecnológicos na Odontologia permitiram e incentivam a adoção de técnicas operatórias que visam o máximo de preservação das estruturas dentárias. Uma das frentes da Odontologia Minimamente Invasiva envolve a remoção seletiva de tecido cariado (RSTC) em cavidades profundas que apresentem risco eminente de exposição pulpar. O sucesso da técnica de RSTC depende de vários fatores, tais como os instrumentais a serem utilizados em cada área da lesão, a seleção dos materiais restauradores, a análise radiográfica, entre outros. Alguns fatores subjetivos como a avaliação da condição pulpar e características da dentina que deve ser mantida também são de extrema importância. A remoção total do tecido cariado (RTTC) ainda é prática rotineira entre clínicos e faculdades de Odontologia tradicionais do Brasil. Entretanto, países desenvolvidos e importantes centros de pesquisa internacionais têm trabalhado para disseminar políticas mais conservadoras nessa questão, visando assim evitar sobretratamentos que envolvem maiores custos e menor sobrevida dos dentes com o passar dos anos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão integrativa da literatura a fim de se obter uma análise embasada em resultados clínicos, que possam orientar o cirurgião-dentista a respeito de fatores importantes para a realização de RSTC em dentes permanentes, visando aumentar o conhecimento geral no assunto e a aplicabilidade clínica. Com base nos artigos selecionados, os resultados obtidos indicam que a RSTC em cavidades profundas é um tratamento que já possui evidências de sucesso clínico considerável, desde que acompanhado de um correto diagnóstico pulpar. Esse método minimamente invasivo evita expor a polpa durante o procedimento operatório e apresenta taxa de sucesso similar, ou até mesmo superior, quando associado à restauração realizada em sessão única, em comparação ao tratamento expectante.