Escola de Mestre Queijeiros de Queijos Artesanais para Serra da Canastra

Abstract

O Projeto arquitetônico proposto se refere a uma Escola de Mestre Queijeiros de Queijos Artesanais vinculada ao Instituto Candeias cuja sede está localizada em Delfinópolis, MG. O Instituo Candeias é uma instituição sem fins lucrativos de direito privado, que atua nas áreas socioambientais na região da Serra da Canastra e que tem profundo interesse no desenvolvimento da comunidade tradicional canastreira. O espaço planejado pretende dar suporte espacial ao estudo e pesquisa sobre a produção do queijo Canastra, bem como garantir a preservação da história e das técnicas de produção do queijo artesanal como no patrimônio imaterial da região. Tais ações visam o aperfeiçoamento do produto existente, desenvolvimento de pesquisas para novos produtos, divulgação e multiplicação do conhecimento sobre o produto. Tais ações são motivadoras de oportunidades e renda para a população local, além do incentivo ao turismo gastronômico conectando o Instituto à rota de queijo Canastra que está se consolidando na região. Para o desenvolvimento do projeto foi feito pesquisa de campo com entrevistas com moradores, técnicos, produtores rurais e de queijo canastra, bem como a visitação a cinco importantes queijarias incluídas na rota do queijo, de forma a permitir maior compreensão de aspectos fundamentais da cultura local e das características físicas do local de implantação da proposta. Quanto ao projeto, a premissa fundamental da organização funcional (programática) foi estabelecer conexão entre as funções já consolidadas pelo instituto Candeias às novas funções propostas por esse trabalho. Essa integração é consolidada fisicamente por um grande plano de cobertura que une a proposta com a edificação existente. Sob essa grande sombra, fruto de um plano de cobertura inclinado, se organizam cinco volumes funcionais, cujos fechamentos são os mais flexíveis possíveis permitindo movimentos de integração ou isolamento a ser definidos pelo uso. A diluição proposital das ações funcionais transforma o próprio percurso em espaço educativo e de troca, já que o sistema de aberturas totais e vitrines estrategicamente posicionadas permitem contato visual de todo o processo de produção e estudos e pesquisas em andamento. O jogo de volume e seu grande plano de cobertura geram uma atmosfera integradora que envolve a paisagem da Serra da Canastra com os ambientes internos e com o paisagismo experimental e produtivo proposto. O suporte estrutural é dado pela trama de pilares duplos de eucalipto roliço tratado que segue como referência a arquitetura do entorno. O plano inclinado surge de uma grelha em madeira laminada colada conectada a trama de pilares roliços. Elementos móveis em madeira, deslizam nos limites externos do piso dando proteção para a fachada noroeste e favorecendo novos arranjos espaciais nos vãos livres entre os volumes funcionais. A altura gerada pela cobertura foi aproveitada com piso para convívio e mirante na cota superior e todas as demais funções acontecem em contato com o solo.