Universidade do Caos

Abstract

O início da idade adulta é um período de transição bastante turbulento, não se trata de uma adolescência tardia nem uma idade adulta jovem, mas sim de um estágio totalmente mutável. As cobranças impostas pela sociedade e por si mesmo geram bastante conflitos internos. Nessa fase, decisões influenciarão diretamente a vida do indivíduo e uma das primeiras definições, se não a primeira, é qual carreira profissional seguir. Talvez, tal decisão, seja o primeiro stress gerado pela vida acadêmica universitária. O stress é desencadeado, em sua grande maioria, por emoções ocasionadas por fatores externos, como: mudanças de hábito, confronto direto com o desconhecido, ou seja, situações que geram inseguranças. Pode-se dizer que o ambiente físico, que o indivíduo usufrui, também exerce grande influência no desencadeamento dessa reação. As vivências no ambiente acadêmico podem gerar situações conturbadas aos universitários. Sentimento de frustração, medo, esgotamento físico e mental, angústia podem influenciar diretamente no rendimento escolar e na vida pessoal do indivíduo. O principal objetivo deste trabalho é propor um espaço, dentro do campus da Universidade, para proporcionar aos discentes momentos de diminuição de pressão e autorreflexão durante o período letivo. Com isso, foram realizadas entrevistas e questionários, quais os motivos de stress dos estudantes universitários, análises para explicitar os impactos ocasionados na vida acadêmica, correlacionando a causa com o ambiente físico e, assim, evidenciar a influência que a arquitetura exerce na melhora da qualidade de vida, focando na saúde mental. O referencial teórico foi embasado por análises da literatura, artigos científicos, dissertações e teses referentes ao tema, explanando a origem do estresse, seu conceito, sintomas e causas e de como a arquitetura pode influenciar no psicológico e amenizar situações estressantes. O levantamento de campo e a opinião dos universitários foram constituídos por uma aplicação de questionário online para o público-alvo, estudantes da Universidade de Uberaba – Uniube -, configurando uma pesquisa exploratória, descritiva, de cunho quantitativo -, além de entrevistas com graduandos de cursos variados e profissionais da área de psicologia. Para a escolha do local, o qual o projeto foi implantado, foi realizado um percurso com o intuito de analisar os possíveis locais de implantação. Neste trajeto foram observados pela autora questões como: o fluxo de pessoas, a localização, os ruídos, o espaço físico disponível e a área de abrangência que cada local poderá atender. Partindo do conceito de uma arquitetura sensitiva aliada a elementos naturais e sustentáveis, o espaço de contemplação e respiro foi projetado para influenciar, direta e positivamente, o psicológico dos usuários. A escolha do símbolo “NÓ INFINITO”, como fonte de inspiração para a morfologia do espaço, deve-se além do seu significado espiritual, por conta de sua forma, que se adaptou com facilidade as particularidades do terreno. O principal objetivo do espaço é amenizar os sentimentos turbulentos e negativos dos universitários dentro do ambiente acadêmico. Para isso, foram escolhidas materialidades naturais com texturas, formatos e cores diferentes, para aguçar os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição, bem como referenciar os 4 elementos da natureza: fogo, água, ar e terra.