A MORTE E O MORRER: PROCESSOS DE LUTO OCASIONADOS PELA PANDEMIA DE COVID-19

Abstract

A pandemia de COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, é considerada a maior pandemia desde a gripe espanhola. A sua presença assolou a humanidade, escancarou a morte e os processos de luto num contexto em que a mídia e as redes sociais invadiram todos os dias a população com os alarmantes números de vítimas. O isolamento social, ao intensificar anseios e angústias, tornou a morte um ato solitário. Os rituais fúnebres foram atravessados pela impossibilidade de velar os corpos, valas comuns retrataram o processo de luto coletivo que o mundo vivenciava, e os parentes se viram sem corpo para velar, para se despedir, ficaram apenas com um vazio, sem lugar, até mesmo, para permitir que a melancolia os embalasse. Diante dessa situação problema este artigo toma como objetivo geral compreender os impactos psicossociais causados pela pandemia do novo coronavírus (SAE-CoV-2). Pesquisa de caráter bibliográfico foi realizada a partir de uma revisão narrativa da literatura. Foram utilizados artigos em língua portuguesa divulgados nas plataformas: Scielo (Scientific Electronic Library Online), PePSIC (Portal Periódicos Eletrônicos de Psicologia). As análises das publicações selecionadas para esse estudo buscaram desvendar o que tem sido publicado e discutido sobre o processo de morte e luto em razão da pandemia. do COVID-19. Os resultados dessa pesquisa mostraram que as cerimonias e rituais para se despedirem dos entes queridos, em todas as culturas, são necessárias para a demonstração da dor, do apreço e da solidariedade de modo verbal e não verbal, e com a pandemia isso não foi impossível, o que acarretou complicações para a elaboração do luto. Diante disso o estudo recomenda: a psicoterapia para ajudar o sujeito durante o enfrentamento do processo de luto, principalmente com a pandemia em que os familiares não puderam experienciar todos os estágios do processo de enlutamento; e atentar também para os fatores de risco e observar o que é necessário para ter cuidado com as pessoas enlutadas e que estão passando por um sofrimento agudo, intensificado e complicado.