A INCLUSÃO ESCOLAR DE ESTUDANTES COM DIREITO À EDUCAÇÃO ESPECIAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA DA REDE ESTADUAL PÚBLICA DE ENSINO EM MONTES CLAROS-MG

Abstract

Esta pesquisa, vinculada ao Programa de Mestrado Profissional em Educação: Formação Docente para a Educação Básica, por meio da linha de pesquisa Práticas Docentes para Educação Básica, ao Grupo de Pesquisa em Formação Docente, Direito de Aprender e Práticas Pedagógicas/Projeto Guarda-chuva, intitulado “Pesquisa, Formação e Intervenção na Educação: estudos em contextos educativos escolares e não escolares”, ao projeto Educação na Diversidade para a Cidadania: um estudo de processos educativos e formativos escolares e não escolares e à Rede Cooperativa de Ensino, Pesquisa e Extensão em Escolas de Educação Básica - RECEPE, visa contribuir para a reflexão sobre inclusão escolar de estudantes com direito à Educação Especial, nas aulas de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental de uma escola da rede pública estadual, em Montes Claros-MG. A questão central, orientadora do projeto, é: Quais são as dificuldades e os desafios encontrados pelos professores de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental de uma Escola Estadual do Município de Montes Claros-MG, para desenvolverem suas aulas de maneira a favorecer a inclusão escolar dos estudantes com direito à Educação Especial? E as complementares: Quais conhecimentos os professores de Educação Física possuem sobre a educação inclusiva e sobre a Educação Física Adaptada como prática pedagógica no ensino fundamental? A Base Nacional Comum Curricular, o Currículo Referência de Minas Gerais e a Política Nacional de Educação Especial, contribuem para efetivação do ensino inclusivo nas aulas de Educação Física? A pesquisa, com abordagem qualitativa (Bogdan; Biklen,1994), contempla revisão bibliográgica, pesquisa documental (Cellard,2012) e pesquisa de campo, com observação e uso de entrevista, direcionada para escuta das narrativas dos professores de Educação Física sobre a referida temática. Ancora-se, nas elaborações, especialmente, de Munster (2013, 2018), Mantoan (2004, 2022), Freire (1987,1996), Candau (2011), Esteban (2007) e Novais (2005, 2021) sobre diversidade, inclusão e exclusão de estudantes nos processos de escolarização. A análise dos resultados da pesquisa revelou que as dificuldades encontradas pelos professores de Educação Física a fim de desenvolverem aulas inclusivas, para os estudantes com direito à Educação Especial têm sua origem no processo de formação inicial, seguido pela ausência de uma política de formação continuada que promova o reconhecimento das diferenças. E, apesar de os professores reconhecerem os direitos assegurados aos estudantes com necessidade de acesso à Educação Especial de participarem das aulas com todos os alunos, constatou-se que eles ainda continuam excluídos das atividades práticas, por não saberem quais atividades desenvolverem, para que todos aprendam juntos. Outra dificuldade apontada é a existência de preconceitos por parte de alguns alunos, que não demonstram interesse pelas práticas inclusivas. Mostrou, ainda, que nos documentos estudados falta uma proposta curricular que contemple temas e objetos de conhecimento que consideram a Educação Especial ou a Educação Física Adaptada como algo a ser trabalhado na prática pelos professores, o que contribui para o afastamento da sua inserção nas propostas pedagógicas da escola, evidenciando somente o direito e não o quê e como fazer, distanciando o professor do diálogo com seus pares sobre a construção de uma aula inclusiva. A partir dos resultados da pesquisa, foi constituído no lócus do estudo, uma Comunidade de Investigação e Comunicação de Conhecimentos com foco na Formação Continuada com docentes de Educação Física sobre inclusão escolar, aulas de Educação Física e estudantes com direito à Educação Especial, vinculada ao Grupo de Pesquisa em Formação Docente, Direito de Aprender e Práticas Pedagógicas, e à Rede Cooperativa de Ensino, Pesquisa e Extensão em escolas de Educação Básica.