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Título: MULHERES DE OURO: EXPERIÊNCIAS VIVIDAS POR ESPOSAS DE GARIMPEIROS QUE SE TORNARAM PROFESSORAS EM ITAITUBA, PA
Autor(es): Bonfim, Rudney Ferreira Bonfim
Palavras-chave: Professoras-esposas-de-garimpeiros
Experiências vividas
Práticas Educativas
Data do documento: 11-Dez-2009
Resumo: No contexto geográfico, político, econômico, social e educacional, referenciado a partir da conjuntura amazônica, tomamos a cidade de Itaituba no Estado do Pará como cenário para esta pesquisa. Os sujeitos investigados foram esposas de garimpeiros que se tornaram professoras nesse contexto, e nosso olhar investigativo abrangeu as experiências vividas segundo suas lembranças. Nossos objetivos foram: descrever, contextualizar e comentar experiências peculiares de magistério, a partir de lembranças narradas por protagonistas da época do ouro. Os estudos, que se inserem na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Práticas Educativas, identificaram sua problemática no fato de que essas mulheres de garimpeiros tornaram-se professoras sem que tivessem a formação escolar para o magistério, para atender as crianças do município. Partimos das seguintes questões: qual é a experiência vivida pelas mulheres de garimpeiros que atuaram como professoras no município de Itaituba/PA na época do ciclo do ouro? Que sentido atribuíram a essa experiência? De quais saberes se valeram para exercer esse trabalho? Há uma dimensão crítica em suas lembranças? Em que espaços e circunstâncias a realizaram? Para fundamentar nossas perguntas, mais que respondê-las, fizemos reflexões sobre o eu-pesquisador e as circunstâncias em que a pesquisa se insere. Apresentamos a região com seus ―surtos‖ de desenvolvimento, primeiramente com o ciclo da borracha, que historicamente foi marco desenvolvimentista da região, seguido do ciclo do ouro, que ocorreu nas últimas três décadas do século passado, deixando marcas significativas no município. Realizamos a leitura da época do ouro à luz de Lanni (1979), Moreira (2003), e Santos (2008), dentre outros. Além dos estudos teóricos, utilizamos as narrativas como procedimento metodológico, segundo as concepções de Walter Benjamim (1994) e de pesquisadores que também realizaram seus trabalhos de campo numa perspectiva benjamiana, a saber, Ecléa Bosi (1994) e Carlos Brandão (2001). Nesta investigação aproxima-nos do método fenomenológico, em diálogo com Bachelard (1990), Merleau-Ponty (2006) e Abreu-Bernardes (2008), e realizamos uma abordagem qualitativa, como é entendida por Brandão (2003). Na articulação da análise das falas das narradoras, organizadas em três unidades de significado — as lembranças das circunstâncias e dos espaços, as lembranças do ofício e a crítica das lembranças — voltamo-nos a Tardif (2002) que nos possibilitou discutir os saberes docentes da experiência. Conciliar atividades domésticas, desafiar maridos, preconceitos, ausência de estrutura, distâncias, má remuneração, falta de experiência e de formação no que se solicitava fazer, mas, apesar disso, uma grande vontade de escolarizar as crianças constituíram sua identidade docente.Pensamos que a partilha de um conhecimento sobre vivências desse magistério peculiar poderá contribuir para a discussão sobre o ofício e a formação do professor.
URI: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/760
Aparece nas coleções:2009

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