Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/762
Título: DO TRABALHO CONSENTIDO AO TRABALHO COM SENTIDO: o trabalha(dor) docente no Ensino Fundamental
Autor(es): Gonçalves, Vera Lúcia
Palavras-chave: Trabalho docente
Ensino Fundamental
Identidade docente
Data do documento: 2009
Resumo: O sujeito profissional docente é, dialeticamente, constituído em relações dadas no contexto socioeconômico, cultural, familiar, acadêmico, ideológico e profissional ao mesmo tempo em que as produz. Os aspectos aí imbricados também instituem, condicionam e reconformam a identidade e o trabalho docente. Transformações sociomercadológicas, inovações das Tecnologias da Comunicação e da Informação e nova conformação familiar alteram o cenário escolar e profissional, ampliando problemas, desafios e funções docentes. Nessa direção, esta pesquisa qualitativa toma como objeto de estudo o trabalho de professores atuantes em turmas de 11 a 14 anos em escolas da rede municipal de Uberaba-MG. De modo especial, trata da natureza, das configurações e dos sentidos do trabalho desses professores, a partir de suas narrativas, para conhecendo e compreendendo tal realidade, entender a imagem que têm de si e do próprio trabalho. Busca conhecer a identidade destes profissionais e os fatores que a constituem e/ou a ameaçam. A História Oral temática, na perspectiva de Amado e Ferreira (2001), Camargo (2004) Hallwachs (1990), Meihi (1996), Pollack (1989), foi utilizada como metodologia de pesquisa. A fundamentação teórica apóia-se em Antunes e Alves (2004), Bendassolli (2006), Dejours (1992), Marx (2002), Sennett (1999;2009), Castells (1999;2002), Hall (2001), González Rey (1997;2002;2005), Lawn (2001), Fanfani (2007), Nóvoa (1995), Tardif (2002;2007), Ball (2004;2005), Lüdke e Boing (2004;2007) e Mancebo (2007). Dentre os resultados, constata-se que o significado do ser (estar) professor, das razões da escolha profissional, das concepções/compreensões sobre formação, educação e funções docentes depende das relações dadas em diferentes contextos. Comparando a formação que tivera com a atual realidade da profissão, o professor não se reconhece no que tem de fazer como docente. Integra a “classe-quevive- do-trabalho”, produz trabalho e é produzido por ele. Não é reconhecido socialmente por seu trabalho, precisando, pois, de autorreconhecê-lo profissionalmente. Reconhece ter extensa jornada de trabalho, o que lhe permite atender às responsabilidades familiares, embora admita não ser o seu trabalho tão bem feito como gostaria que fosse. Tem um trabalho mental e o carrega consigo, desgastando-se a partir de si. Em algumas situações, trabalha em situação de risco e em condições físicas e materiais precárias e/ou inadequadas. Exerce um trabalho regulado e tem relativa autonomia. Trabalha com “clientes involuntários”, número inadequado de alunos por turma e, em alguns casos, sem vontade de exercer a profissão, o que acarreta implicações para o exercício profissional e seu bem-estar físico e emocional. Nessas condições, de maneira consciente, o professor exerce um trabalho “consentido” ao submeter-se às obrigações e imposições inerentes ao cargo que ocupa. Ademais, exerce um trabalho “com sentido” na medida em que esse mesmo trabalho o realiza humana e profissionalmente, ainda que por meio da realização dos estudantes. Enquanto artífice de valores (da vida), o trabalha(dor) docente, exercendo um trabalho consentido e/ou com sentido, tem orgulho de ser (estar) professor, porque se reconhece como alguém que contribui para uma existência mais humana.
URI: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/762
Aparece nas coleções:2009

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
VERA LÚCIA GONÇALVES.pdf1,54 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.