Análise da adesão de Streptococcus mutans em diferentes tipos de brackets

Abstract

A adesão de bactérias nos brackets representam uma grande preocupação do tratamento ortodôntico, especialmente de Streptococcus mutans, que é o principal agente etiológico da cárie. Vários brackets são utilizados na prática, como os de aço inoxidável e os estéticos. Os brackets autoligados são apresentados com ótimas propriedades biomecânicas e com menor adesão microbiana. Diante disto, é objetivo do presente trabalho analisar e comparar a quantidade de Streptococcus mutans aderidos a diferentes tipos de brackets ortodônticos. Os experimentos de adesão foram realizados utilizando brackets ortodônticos, sendo estes: autoligados, cerâmicos e convencionais. Cultura de S. mutans (DO600nm =1.0) cultivada em meio de cultura Brian Heart Infusion em microaerofilia foi utilizada para a formação de biofilme em placas estéreis de 24 poços (Costar). Os brackets foram imersos nas culturas e deixados por 24 horas. Em seguida os brackets foram removidos e lavados com PBS estéril para remoção das bactérias não aderentes. Os brackets com suas bactérias aderentes oram tratados com tripsina EDTA, para descolamento das bactérias aderentes e incluídos em meio estéril e seguidos por sonicação vigorosa por 1 minuto. A seguir diluições seriadas foram realizadas e inoculadas em placas de BHI ágar com 5% de sacarose. Após 48 horas de incubação foi realizada a contagem do número de UFC (Unidades Formadoras de Colônias). Os resultados mostraram que um total médio de 379,5 ± 192,41; 8,7 ± 9,3 e 0,5 ± 1,5 UFC foram encontrados para os brackets cerâmicos, autoligados e convencionais respectivamente. O número de UFC nos cerâmicos foram estatisticamente maiores e significantes do que nos demais brackets de aço (ANOVA, p<0.0001). Concluiu-se que os brackets cerâmicos possibilitaram maior adesão e formação de biofilme de S. mutans seguido pelo autoligado.